Ostrogodos


 Derrotados pelos Hunos, parte dos Ostrogodos conseguiu fugir para oeste, aliando-se aos Visigodos, enquanto que a restante passou a integrar, tal como os Alanos e Sármatas, a poderosa cavalaria huna. Também os Visigodos foram derrotados pelos Hunos e, sem escapatória, pediram asilo nas terras do Império Romano, que seria consentido pelo imperador Valente. Dava-se a entrada de todo um povo ameaçado pelos hunos, como prelúdio para as grandes invasões. A penetração foi pacífica, porém os romanos passaram a explorar, de forma sórdida, os visigodos. Estes se rebelaram e surpreendentemente venceram os romanos na Batalha de Adrianópolis (378).

O imperador do Ocidente, Graciano, concedeu terras aos visigodos, adotando uma política amigável que deu certo, até por volta de 406, quando a Itália foi invadida pelos suevos, vândalos e burgúndios.

A 482, Teodorico, rei dos Ostrogodos, conseguiu fixá-los na Mésia, província situada ao norte da península balcânica.


Mapa do reino Ostrogodo no seu auge, sob Teodorico, o Grande
 Sobre os Ostrogodos

Os ostrogodos eram um ramo dos godos, povo germânico que, segundo Jordanes, surgiu na região meridional da Escandinávia. Esse povo originalmente era um povo unificado mas acabou por dividir-se em dois ramos: visigodos (que significa "godos do oeste") e ostrogodos (que significa "godos do leste"). Nenhuma outra fonte primária menciona esta longa migração, que poderia ter-se iniciado no Báltico ou no Mar Negro e é possível que os godos tenham se desenvolvido como um povo distinto dos demais bárbaros nas fronteiras do Império Romano. Os godos, segundo Jordanes, se distinguiam por usarem escudos redondos e espadas curtas e obedecerem fielmente a seus reis.
A única fonte da história inicial dos godos é a Getica de Jordanes (publicada em 551), um resumo de Libri XII De Rebus Gestis Gothorum, história escrita por Cassiodoro, em doze volumes, por volta de 530. A obra de Cassiodoro perdeu-se e Jordanes nem mesmo deve tê-la em mãos para consulta, portanto esta fonte primária deveria ser considerada com cuidado. Cassiodoro estava no lugar certo para escrever sobre os godos, por ser ele um dos principais ministros de Teodorico o Grande, que certamente havia ouvido algumas das canções góticas que falavam de suas origens tradicionais.

Palácio de Teodorico o Grande em Ravenna, mosaico na Basílica de Santo Apolinário Novo.

Os ostrogodos surgiram na fronteiras do Império Romano a partir das invasões hunas na região do mar Negro. Até então visigodos e ostrogodos não haviam se dividido e estavam sob o poder do rei Hermenerico. Com as primeira invasões hunas o rei se suicidou e outros dois reis surgiram para sucedê-lo: Vitimiro (governou os ostrogodos) e Fritigerno (governou os visigodos).
Vitimiro foi eleito em um momento em que o povo ostrogodo vivia em uma situação muito precária tendo se suportar diversas derrotas frente aos hunos. Em 376, os ostrogodos sofreram uma derrota terrível, onde morreu o próprio Vitimiro. Como o filho de Vitimiro, Viderico, era uma criança, os generais Alateo e Safrax assumiram a regência até que ele cumprisse 21 anos. Após a derrota em mãos hunas, os ostrogodos dirigidos por Safrax e Alateo se dirigiram junto com os visigodos até o Dniestre, e mais adiante em direção ao Danúbio e ao Império Romano, porém outro grupo importante foi submetido pelos hunos.
Alateo e Safrax aderiram à revolta de Fritigerno e com ele participaram da Batalha de Adrianópolis em 378. Após esse período a única coisa que sabe sobre os três é que foram instalados junto com seu povo pelo imperador Graciano na Panônia. Até o ano de 453, as únicas referências aos ostrogodos são as informações das ajudas militares destes ao Império Huno, principalmente na Batalha dos Campos Cataláunicos (451).

Brincos ostrogodos em estilo policromo, Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque